Capítulo 17 - A defesa nem sempre é o melhor ataque


 O relógio despertou, marcando exatas sete da manhã.

Oliver abriu os olhos como se nem estivesse dormindo. Parecia animado, mas não ansioso. Pulando da cama, correu para o guarda-roupa e começou a colocar calças e camisas sobre a mesma, empilhadas. Cantava uma música em inglês enquanto escolhia as peças, indo de um lado pro outro, com um discreto sorriso nos lábios.

Pegando uma grande mala dentro do móvel, arrumou suas roupas impecavelmente. Com a bagagem pronta, foi até o banheiro aliviar a bexiga.

Em seguida, desceu pra cozinha. Pegou uma caixa de cereais, leite, pão integral, algumas frutas e um copo de suco de laranja. Enquanto deixou alguns pães de queijo assando no forno, comeu sem parar. Sempre cantarolando. Pães de queijo prontos, desligou o forno e os retirou. Antes de voltar à mesa, pegou uma passagem que estava sobre o armário de mármore branco. Uma passagem de ida para o Texas, Estados Unidos.

Poucos minutos depois de se alimentar, admirando o pedaço de papel, Oliver foi até o banheiro e encontrou sua mãe no corredor, saindo do quarto.

- Bom dia, meu amor. – disse ela, num bocejo.

- Bom dia, mãe!

- Está ansioso, querido? – perguntou.

- Relaxa, mãe.

Nem parou pra esticar assunto. Fechou a porta e rapidamente se enfiou sob a água quente, ensaboando-se e ainda cantando. Curtiu longos vinte minutos no banho, com o eterno sorriso no rosto.



♦ ♦ ♦



Meia-hora depois estava pronto. Saindo do quarto com uma mochila preta nas costas e arrastando a mala de rodinhas, desceu a escadaria, onde seus pais o esperavam.

- Está pronto, filho? – perguntou o pai.

- Sem dúvida! – respondeu, piscando.

Abraçando sua mãe, saiu em direção ao carro, onde seu pai deu partida e saíram pelo portão automático.



♦ ♦ ♦



Após despedir-se de seus pais, entrou no aeroporto, completamente lotado. As pessoas não faziam questão de dar licença, sendo que a maioria empurrava umas as outras. Oliver nem pareceu se importar quando uma garota ruiva, vestindo um casaquinho marrom de couro, saia de pregas cinza e botas se chocou contra ele, falando no celular e nem parando para se desculpar. Dirigia-se ao metrô apressadamente. Sua ansiedade em partir logo o deixava em total estado de agitação.

Seu vôo sairia em aproximadamente uma hora, então teve tempo de sentar e ligar seu iPod. Olhou para o lado e viu um casal cochichando com alguns homens mau encarados, enquanto trocavam envelopes disfarçadamente. A mulata de cabelo canecalon amarrado em uma trança, ao lado de um rapaz de cavanhaque e com entradas no cabelo, lançou-lhe um breve olhar, dando uma piscadela. Ignorando-a, fechou os olhos e recostou-se, curtindo Paula Lima enquanto esperava os minutos passarem.

Uma agitação logo adiante nem chamou-lhe atenção, devido a música. Parecia algo como uma briga. Pessoas se afastavam, abrindo um círculo em volta do homem que atacara outro sem razão. Do outro lado da fileira de bancos mais um foi atacado por uma mulher. E no fim do corredor, outro ataque. Os seguranças corriam até os focos de briga, tentando apartar, mas eram atacados também. Em seguida, atacavam os companheiros.

As pessoas começaram a correr e gritar, gritos abafados pelo som dos fones nos ouvidos de Oliver. Esticando um pouco o pescoço e massageando-o, abriu os olhos, olhando pra baixo. Vendo os pés de uma pessoa correndo, ergueu a cabeça e olhou em volta. Não acreditava no que estava acontecendo.

- Meu Deus!

Pessoas aparentemente fora de si atacavam outras às mordidas. O sangue escorria pelo piso que refletia a imagem da correria, do pânico. Tirando o fone, pode ouvir claramente os gritos desesperados que ecoavam pelo aeroporto.

Levantando-se assustado, pegou a alça de sua mala, mas foi atacado por uma idosa que cuspia sangue enquanto berrava furiosamente, caindo por sobre os bancos. Oliver a manteve afastada usando toda sua força. A velha não podia ter essa resistência toda. Parecia um animal. Empurrando-a pela barriga com os pés, levantou-se ao ver mais dois homens correndo em sua direção. Sem tempo de pegar a mala, afastou-se rapidamente.

À medida que corria, via mais e mais pessoas sucumbindo ao ataque surpresa dos malucos que mais pareciam canibais sedentos por sangue. Olhava pros lados, mantendo-se preparado para qualquer surpresa, qualquer investida. Não soube como não viu a garota negra atacando-o pelo lado direito. Foi muito rápido.

Caindo sobre uma lata de lixo, os dois rolaram engalfinhados. Ela urrava tentando mordê-lo, em vão. Pegando-a pelos cabelos, puxou-a de lado e jogou-a escadaria abaixo, derrubando outros três que estavam subindo. Pareciam pinos de boliche rolando pelos degraus.

Logo se ouviam sirenes policiais aproximando-se do local. Aquilo estava um caos. Parecia a guerra. Os canibais não distinguiam sexo nem idade. Atacavam todos que viam na frente. Crianças corriam chorando, chamando pelos pais. Ninguém parava pra ajudar.

Vendo um garotinho de aproximadamente seis anos de idade chorando em um canto, virou e foi em sua direção, mas parou ao ver um homem grande e gordo o atacando, com uma mordida no pescoço, fatal. Pensou em esmurrar o indivíduo, mas chegou à conclusão de que não havia nada mais a fazer por aquele pobrezinho assim que suas perninhas pararam de se debater e o sangue jorrou pelo chão.

Cada segundo que passava mais gritos eram ouvidos e menos pessoas corriam. Corpos estraçalhados se estendiam pelo piso manchado de vermelho. Quando os policiais entraram atirando pra todos os lados, Oliver viu-se obrigado a mudar de rota, seguindo por um corredor próximo e chegando aos banheiros.

Correndo até as cabines sanitárias, encontrou cada uma delas trancada. Outros tiveram a mesma idéia e foram mais rápidos. Não restara uma única vazia. Ouvindo os berros vindos do corredor, olhou para os lados procurando por um esconderijo, mas era tarde. Um homem de terno rasgado e com um grande arranhão no rosto entrou no banheiro, gritando. Em questão de milésimos de segundos, atacou. Oliver foi rápido o suficiente pra desviar e fazê-lo escorregar. Subindo na pia, teve que deixar a mochila para passar com muita dificuldade pela estreita janela logo acima. Ainda sentiu as mãos do agressor agarrarem sua canela, mas com muita insistência atravessou a passagem, caindo sobre um dos arbustos do jardim que circundava o aeroporto. Vendo que só restara os fones do iPod, que obviamente caíra no banheiro, os puxou, jogando-os fora.

Procurando o celular no bolso, não o encontrou. Droga!

- Tenho que sair daqui.

Esgueirando-se pelos arbustos, via o caos no estacionamento. Estava tão insano como lá dentro. Viaturas chegavam sem parar. As pessoas fugiam sem rumo das outras, que as perseguiam aos berros. Tiros, carros batendo, gritos. Que loucura era essa?

Sob alguns arbustos, pôde ver um carro estacionado, com a porta aberta e a chave no contato. Analisou ao redor e respirou fundo. Contando até três, pôs-se a correr. Ignorando os que se aproximaram surgindo detrás dos carros, bateu a porta e a travou, dando partida. Resmungou um bocado enquanto alguns dos loucos se chocavam contra o vidro, manchando-o de sangue. Estavam possuídos. Saindo pelo portão principal, desviou rapidamente de uma van preta que corria a toda velocidade. Pode ver a mesma mulata que o encarara há alguns minutos no carona do veículo.

Em segundos, saiu das imediações do aeroporto.



♦ ♦ ♦



Encontrara um celular no porta-luvas, mas após várias tentativas de ligar pra sua mãe, em vão, desistiu. Dirigia-se pra sua casa, assustado, mas mantendo o controle. Essa situação exigia total calma. Agir sem pensar não era de seu feitio, e não seria agora que mudaria.

A toda velocidade, olhava atento por todos os lados, desviando das pessoas, cegas de medo, e dos carros desgovernados, que batiam uns contra os outros. O pânico tomara conta de todos. Burros!

Virando uma esquina, foi surpreendido por uma horda de canibais, tomados pela fúria. Desviando, perdeu o controle do carro e foi parar dentro da loja de um posto de gasolina, estraçalhando a vidraça. Chacoalhando a cabeça, forçou a vista e se olhou de cima a baixo. Sem ferimentos, soltou o cinto de segurança e saiu rapidamente, assim que viu-os se aproximarem pelo retrovisor.

Rolando por baixo do carro, os assistiu rodear o veículo. Olhando ao redor, encontrou um isqueiro. Ótimo! Se mandasse o lugar pelos ares, iria junto.

A mangueira da bomba, caída no pátio ainda ligada e despejando gasolina chamou sua atenção. Alguém deve ter saído às pressas enquanto enchia o tanque. O líquido molhava todo o chão. Precisava ser rápido.

Acendendo o isqueiro por um breve momento, constatou que funcionava. Ligeiro, saiu pela parte traseira e desatou a correr, seguido pelos berros animalescos. Por um breve momento tudo se tornou em câmera lenta. Era agora ou nunca. Olhando brevemente pra trás, acendeu o isqueiro e o jogou. Correndo como o demônio, só teve tempo de sentir o calor aproximando-se e o barulho ensurdecedor da explosão antes de se jogar pela vidraça do restaurante do outro lado da rua.

Caído no chão, abriu os olhos e só viu fumaça e poeira. Cuspindo terra, retirou os destroços que caíram sobre seu corpo e levantou-se, com dores. Olhando pela janela, avistou o que sobrara do posto. Uma grande fogueira, de onde algumas pessoas corriam em chamas. Essa passou perto. Ver a morte tão próxima o fez engolir em seco. E pensar que estava tão animado essa manhã. O mundo realmente dá voltas.

Andando pelo estabelecimento completamente bagunçado, encontrou a TV ligada, onde um caminhão de bombeiros entrara com tudo em um restaurante, transformando-se numa bola de fogo. Pessoas corriam desesperadas, algumas em chamas. Observando atento, percebeu que algumas atacavam as outras, que por sua vez, após um curto espaço de tempo, atacavam outras.

Ouvindo um barulho, Oliver olhou pra trás. Observou cada centímetro do local. Nada. Voltando-se a TV, ouviu a repórter narrar o acontecido.

- O motorista provavelmente morreu no impacto. – dizia a repórter, visivelmente tensa, andando em passos apressados, seguida pelo câmera man. – Pelo que pudemos perceber, um homem se pendurou na janela do veículo e atacou os bombeiros, resultando o acidente. As pessoas continuam atacando umas as outras sem motivo. São Paulo está um caos! Não sei quanto tempo...

- Alice, corre! – gritou o câmera man.

Pela câmera tremendo, Oliver pôde ver pessoas perseguindo-os aos berros. A repórter tropeçou, sendo alcançada. À medida que seu parceiro se afastava, os gritos da mulher ficaram para trás.

Outro barulho.

Virando-se, começou a recuar cauteloso. Não emitiu um som sequer. Nesses momentos é melhor se manter calado. Aproximando-se da saída, viu uma garota sair detrás do balcão.

- É melhor você não sair. Aqui é mais seguro.

Tentando disfarçar o susto, Oliver esperou um pouco pra falar.

- O que tá acontecendo lá fora?

- Não sei. – dizia ela, abalada. – Aconteceu tudo muito rápido. Essas pessoas começaram a atacar todo mundo. Matavam a mordidas. Tá um inferno! Mataram minha mãe!

E desabou a chorar. Oliver ficou sem ação. Olhando pela fresta da porta, viu que a rua estava deserta.

- Vamos.

- Hã? – indagou a garota, de aparentemente vinte anos. – Vamos pra onde?

- Sair daqui, ora! Ou você acha que ficar vai ser a melhor saída?

- Não! – engoliu o choro. – Eles estão lá fora! Eles vão nos matar.

- Eles vão nos matar de qualquer jeito, em qualquer lugar. Aqui estaremos encurralados se nos cercarem. É melhor um lugar aberto, onde podemos fugir.

- Não sei...

- Enquanto você pensa, eu tô vazando! – e saiu.

Não demorou muito até que a garota veio. Estava assustada demais pra ficar sozinha. Estáticos, observaram a rua, dos dois lados.

- Qual seu nome? – perguntou ela.

- Oliver.

- O meu é... – e foi interrompida pelo próprio, mandando-a ficar quieta.

Fazendo sinal, pôs-se a caminhar decidido pro outro lado da rua, seguido pela garota como uma sombra. Escondendo-se atrás de uma grande caminhonete, observou novamente.

Continuaram nesse esconde-esconde por várias quadras, sempre evitando serem vistos pelos canibais que surgiam por todo lado. Parecia uma praga.

Após vinte cansativos minutos, a dupla avistou um carro parado, porém ligado.

- Sejamos rápidos, ok? – disse Oliver, sem nem olhar pra garota, que concordou com um resmungo.

Assim que correram em direção ao veículo, um berro do outro lado da rua os assustou. Um homem saiu detrás de uma ambulância, e depois mais outro. Olhando em volta, se viram cercados por outros que surgiam vindos das esquinas e de dentro das lojas.

- Corre! – gritou Oliver.

Entrando no carro, trancaram as portas e saíram em disparada. Dez segundos depois, o carro morreu.

- Não acredito! – gritou ele.

Olhando pra trás, viram os loucos vindo, prontos para destruí-los em pedacinhos. Saindo do carro, correram novamente, virando a esquina mais próxima. Quando avistaram uma barreira do exército três quadras adiante, quase não acreditaram em seus olhos.

- Estamos salvos! – falou Oliver, enquanto mantinha o passo.

Sorrindo, olhou pro lado, pra ver a garota sorrir também, mas no momento em que metade de sua cabeça foi destruída por um tiro, fazendo-a capotar pelo asfalto, o sorriso deu espaço para uma expressão de espanto. Sem parar de correr, olhou pra frente e viu os soldados atirando em sua direção. Parando bruscamente, correu pro lado entrando em um beco, já que voltar era impossível devido à multidão que o perseguia. Em minutos alcançariam a barreira. Só Deus sabe o que aconteceria depois.

Ouvindo o som dos tiros mesclados aos berros dos canibais, foi se distanciando cada vez mais rápido. Os soldados estavam completamente perdidos, sem saber o que fazer. Nunca foram treinados para algo assim. Quem poderia imaginar a cidade tomada por canibais?

Sangue respingado em seu braço trouxe a imagem da cabeça da garota sendo arrebentada pelo tiro. Coitada. Limpando-o, continuou correndo. O melhor era se afastar e rápido. “Aquele restaurante seria perfeito agora”, pensou ele.

Ainda correndo decidido, não teve tempo de se proteger quando a parede voôu pelos ares, derrubando-o.



♦ ♦ ♦



Abrindo os olhos devagar, Oliver não viu nada além de escuridão. Tossindo e sentindo uma forte dor de cabeça, levantou-se, vendo-se preso pelos destroços do muro. Jogando os tijolos pros lados, foi se libertando e percebendo a causa do acontecido. Um carro chocara-se contra o mesmo, capotando. Não havia ninguém por perto, talvez tenham conseguido fugir.

Olhando pro céu, percebeu que já era noite. Quanto tempo ficara desmaiado?

Levantando-se, pôs-se de pé e começou a caminhar, mancando levemente. Estava tudo tão silencioso no beco. Podia ouvir gritos e sirenes ao longe. Pareciam estar a uma distância segura.

De repente, sentiu uma vibração, assustando-se. Era o celular que encontrara no carro anteriormente. No visor, o telefone de sua mãe.

- Mãe?

- Graças a Deus! - ouviu do outro lado. - Onde você está, amor? Você está bem?

- Mais ou menos. Não sei onde estou, mas não muito longe da Avenida Paulista. Mãe, vem me buscar!

- Iremos, filho. Papai e mamãe vão te pegar. Você está protegido?

- Não muito. Estou em um beco. Acabei de acordar. Tinha desmaiado.

- O que aconteceu? - sua voz se alterara.

- Calma, mãe! - tranquilizou-a. - Eu tô bem. Foi só um susto.

Após um breve silêncio, ela respondeu.

- Ele está bem. Seu pai está morrendo de preocupação, Oliver. Querido, sabe chegar ao Maksouth Plaza?

- O hotel? Sei.

- Então vá pra lá e nos espere.

- Por quê lá?

- Porque sim, amor. Você precisa se proteger em um lugar fechado até que nós cheguemos. Pode fazer isso?

- Claro.

- Querido, mais uma coisa. - um suspiro. - Não deixe em hipótese nenhuma uma dessas coisas te morder. Entendeu?

- Sim.

- E é extremamente importante que evite isso.

- Ok, mãe, eu entendi. Vou estar vivo quando chegarem.

- Te amamos, filho.

- Tchau. - e desligou.

Mantendo o passo, foi cauteloso até o fim do corredor. Olhando ao redor, constatou que a barra estava limpa. Percorreu um trajeto curto silenciosamente até que avistou o hotel de sete andares do outro lado da rua, exibindo um grande letreiro luminoso no alto. MAKSOUTH PLAZA. Oliver dirigiu-se até a porta principal, entrando sorrateiro, sem perceber a tampa do bueiro levantando-se logo atrás.

No saguão mal iluminado, ouviu um barulho do lado de fora e correu até o balcão da recepção, escondendo-se. Tentou usar o telefone, mas desistiu quando ouviu os berros de um canibal, logo atrás de onde estava. Em seguida, um tiro. Pensando tratar-se dos soldados, decidiu manter-se escondido até ter certeza do que estava acontecendo.

Um segundo depois ouviu a multidão aproximando-se do lado de fora. Porta batendo, gritos de pessoas escondendo-se no saguão, mais tiros, discussão. Inferno total! Com tantos tiros, sair dali não era o mais sábio. Em silêncio ouviu toda a fuga dos desconhecidos, que durou um bom tempo, até que subiram pelos elevadores.

Os canibais ficaram vagando pelo saguão. Por sorte, nenhum teve vontade de entrar na recepção, ou Oliver estaria perdido. Longos minutos se passaram até que ele finalmente sentiu que podia sair.

Olhando pelo canto do balcão, comprovou que pra rua era impossível sair. O jeito era ficar ali escondido ou procurar outra saída nos fundos. Abaixado, foi esgueirando-se pelo corredor ao lado, escondendo-se nos quartos várias vezes, passando pelo restaurante e chegando à cozinha.

Rápido, escondeu-se atrás de um armário, evitando ser visto por uma canibal que rondava ali. Vestia avental branco manchado de sangue e o lado interior da arcada dentária estava exposta. Sua bochecha parecia ter sido arrancada numa forte e violenta mordida, por onde o sangue escorria sem parar. Grunhia, vagando sem rumo. Parecia estar caçando algo. Oliver, talvez?

Ajoelhado, foi arrastando-se pela lateral, quase sendo visto pela mulher. Após o sufoco, conseguiu alcançar o corredor que levava aos fundos. Ainda ajoelhado, continuou até a porta, abrindo-a. Não pode evitar que a mesma rangesse, chamando atenção da canibal, que investiu aos berros.

Num pulo, levantou-se e bateu a porta, correndo pela área aberta e desceu a rampa ao lado, ouvindo-a se aproximar. Em meio ao local sem iluminação e cheio de máquinas, avistou um cômodo mais claro, que se destacava no breu. Sem pensar duas vezes, correu e se escondeu por trás dos lençóis pendurados na lavanderia.

Prendendo a respiração, ouviu os berros de sua perseguidora ecoando pelo local. Sem mexer um músculo, se manteve imóvel como uma estátua. Quando o barulho cessou, abaixou-se e sentou no chão, ainda escondido. Retomando a respiração, fechou os olhos devagar e, cansado, se entregou a um merecido cochilo.



♦ ♦ ♦



Um som estranho o despertou.

Com olhos arregalados, viu o lençol que o ocultava movimentar-se levemente. Em seguida, gemidos. Olhando pro lado, encontrou um ferro de passar roupa num canto. Cautelosamente o pegou e levantou-se, erguendo-o.

“A defesa nem sempre é o melhor ataque.”, pensou Oliver.

Respirando fundo, saiu detrás dos lençóis e atacou o monstro.

 
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16 mordidas:

Anônimo disse...

Muito bom...
Essas histórias paralelas são muito boas!
Só achei estranho sair o capítulo tão rápido....
De qualquer modo, fiz uma ótima leitura!
Toy tu é o cara!

17 de dezembro de 2008 às 01:10
Anônimo disse...

AHUAHUAUAU quanto mais rápido sair melhor.. to louca pra ver.. sempre.. xD eu li tudo num dia só =/ se sair rápido e com essa qualidade toda.. *-* maraviilha xD

18 de dezembro de 2008 às 12:49
Anônimo disse...

eu li tudo em 20 min !
muito bom toy continue assim ;D

18 de dezembro de 2008 às 15:20
Jcs disse...

Olá!

A LivroPronto Editora convida você, autor, para uma conversa sobre a publicação de sua obra.

Escreva para nós!
gabriela@livropronto.com.br

Um grande abraço!

22 de dezembro de 2008 às 16:18
Analista de sua própria vida disse...

E aí, cara não posta mais? Tô querendo ver o fim dessa história.

4 de fevereiro de 2009 às 00:02
Anônimo disse...

Olha amigo, está de parabéns.
Entrei ontem na comunidade do orkut e acabei aqui. Sem muita expectativa comecei a leitura das aventuras do Tiago e acabei virando fã. Acabei de ler tudo e agora não vejo a hora de ler a continuação dessa aventura fabulosa.
Parabéns mesmo. Agora só me pergunto se alguém futuramente encontrará os primeiros rascunhos do Tiago, relatando os acontecimentos iniciais. Força o cara a voltar a escrever, é um exercício e tanto para manter a sanidade dentro desse inferno que ele tá vivendo.
Abraços.

19 de fevereiro de 2009 às 18:52
Tayná Tavares disse...

Nossa, a parte do aeroporto me lembrou Lost, quando mostrava que todos estavam no mesmo lugar, mas ninguém se conhecia...

Acho que finalmente cheguei no último capítulo, agora é esperar você se instabilizar aí em SP..

Cuidado com os zumbis e boa sorte ae...
o/

20 de fevereiro de 2009 às 06:03
Bodones disse...

HEEEEEY O TOY FOI CONVIDADO POR UMA EDITORA :OOOO

24 de fevereiro de 2009 às 23:52
Anônimo disse...

aeee cara , o cara da editora te convidooo, isso mostra q vc é realmente muito bom, não só o pessoal do blog ta te achando assim, qm sabe daki alguns mêses o Brasil todo esteja lendo isso :D parabéns cara , flw, espero q consiga se instalar bem ai em SP, eu ja estive ai algumas vezes, é realmente muito estranho pensar em td sendo dminado por zumbis, muito sinistro, vlw por proporcionar esses momentos de leitura, flw abraço, eiita, esqci o nome e a senhaa!!! vo t q decha anônimo aff!!! mas eu so o fernando ok!!!

28 de fevereiro de 2009 às 23:45
ErickTavarez disse...

Convidado por uma editora? Será?
Capítulo rápido e só com um personagem paralelo... meio fraco.

17 de julho de 2009 às 02:45
henrique disse...

fraco uma ova,ta simplesmente muito perfeito,qualqer editora q publiqe n vai se arrepender,vai virar eh best seller
parabns aew toy,tu eh o cara

1 de março de 2010 às 22:35
~Lobo disse...

Concordo

11 de março de 2010 às 18:42
Anônimo disse...

A escrita é pobre como muitos outros blogs sobre zumbis.

17 de junho de 2010 às 18:30
Anônimo disse...

Cara se não tem nada de bom para falar não fala estraga prazeres

18 de setembro de 2010 às 00:44
Unknown disse...

Toy
Vc erou o nome do Hotel
vc pois o nome de MAKSOUTH PLAZA
mas o nome e MAKSOUD PLAZA
Nada pessoal pois sou seu FÃ

10 de fevereiro de 2011 às 16:37
Tiago Toy disse...

Felipe,

Eu escolhi a mudança do nome, pois não se passa no hotel real. O Maksouth Plaza é um hotel fictício. Mas valeu pelas palavras.

Sejam bem-vindos novos infectados, e aos antigos, espero que continuem sobrevivendo.

Grande abraço!

6 de julho de 2012 às 23:57

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