Presente para o Guilherme, um leitor e amigo

Há muito tempo conheço uma pessoa, mas sem conhecê-la de verdade. É o Guilherme, que completou dez anos nesta última semana no melhor estilo possível: em uma festa à fantasia.

A mãe dele, a simpaticíssima Aline Trevizoli, é cabeleireira da minha mãe e comprou Terra Morta para ler para ele. Pelo que me contaram, na época o Guilherme não sabia ler, mas aprendeu a ler para poder se aventurar na terra dos infectados por conta própria.

Fiquei sabendo que ele queria muito me conhecer — mas não tanto quanto eu. É sempre gratificante conhecer leitores que se identificam com meu trabalho. É ótimo saber que, não importa a idade, há pessoas que ganham horas prazerosas lendo o que escrevo. No caso do Guilherme, não era apenas um leitor, mas um amigo.



Cheguei em Jaboticabal há alguns dias, e logo minha mãe falou sobre a festa. De pronto eu disse: "Não conte a ninguém que estou aqui. Vou fazer uma surpresa pra ele, e darei um jeito de ir de zumbi". Não tão medonho quanto os do livro, mas tão ensanguentado quanto.

Sou do tipo que tem nojo de qualquer coisinha na pele; se tomo sorvete e escorre na minha mão, tenho que correr e lavar, ou fico louco. Imaginem então minha agonia em estar coberto por um sangue à base de achocolatado, cola, catchup, anilina, corante e sei lá mais o quê? Parecendo mais um bife à parmegiana do que qualquer outra coisa. Foi nojento, agonizante, nada cheiroso, mas valeu o sorriso do Guilherme (além do nojo na cara dos adultos e do medo nos olhos das crianças, rs).

Posso dizer sem medo de errar que a festa do Guilherme foi uma das mais animadas — se não a mais — que tive o prazer de ser convidado. Ao Gui muitos anos de vida, saúde e paz. Mas se os zumbis por acaso vierem e acabarem com essa paz, ele pode contar com meus conhecimentos para ajudá-lo a mandá-los de volta ao lugar deles.

Porque zumbi bom é zumbi morto.

\o























1 mordidas:

Anônimo disse...

HAHAHA maneirão!

Deve ser muito bom mesmo conhecer um fã assim!
Muito sucesso ai cara, tá de parabéns pela história!

24 de setembro de 2013 às 23:27

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