Como surgiu a ideia de escrever Terra Morta?


Essa é uma pergunta que frequentemente me fazem. Eu respondo numa boa, mas chega uma hora que o bom e velho copia e cola se faz necessário. O problema é que isso dá um tom mecânico demais à resposta, sem emoção, e do mesmo jeito que não gosto que me respondam assim, não gosto de fazê-lo e não acho que meus leitores o mereçam. Por isso, decidi criar esse post explicando todo o processo inicial de criação de Terra Morta. Me estendi um pouco, admito, mas tentei deixar a leitura divertida.

Paixão pelo terror

Não banco o intelectual dizendo que fiz rígidas pesquisas sobre a história dos zumbis no cinema antigo, em livros, nem nada do tipo. Como grande parte de meus leitores, sou também um fã de boas histórias de zumbis (até algumas ruins acabam se tornando boas de tão ruins), e não um pesquisador de necrofilia. Gosto muito dos clássicos de Romero e sou apaixonado por Madrugada dos Mortos, de Zack Snyder, mas não sou alienado. Meu gosto vai muito além dos mortos-vivos.

Desde sempre filmes de terror ganhavam minha atenção mais facilmente do que qualquer outro. Lembro de quando meus pais compraram nosso primeiro videocassete. Até aquele momento minha única opção era assistir aos que passavam na TV; isso quando minha mãe deixava. Alguns que marcaram foram Sexta-Feira 13, que geralmente via com minha tia Cida (e sempre dava trabalho depois pra dormir). Também assistia com ela A Profecia, responsável por uma cena que preencheu meus sonhos por anos, quando o padre é cravado por uma lança que cai do alto de uma igreja (revi a cena há pouco tempo e a sensação não foi de longe a mesma). Gostava muito de Brinquedo Assassino e Mestre dos Brinquedos, e ganhei meus dias quando estreou Cine Trash, com o saudoso Zé do Caixão (que nem faz questão de responder minha mensagem no Facebook; talvez as unhas atrapalhem na hora de digitar).

Como dizia, até pegar meu primeiro videocassete, costumava passar horas em uma locadora do lado de casa (era vizinho mesmo) lendo as sinopses das contracapas, e imaginando como seria aquele filme. Talvez isso tenha treinado minha imaginação ao longo dos anos. Depois, comecei a alugar dois ou mais filmes todos os finais de semana: Renascido do Inferno; Morella; A Maldição de Ouija; O Portão; A Morte do Demônio; e muitos outros. Foram muitos mesmo.

Um que marcou minha infância, e posso dizer sem medo que é o filme da minha vida, é A Noite dos Demônios 2. Sem brincadeira, aluguei esse filme diversas vezes, em finais de semana consecutivos. Esperei dez anos para conseguir assistir ao primeiro, que não havia sido lançado no Brasil, e acabei baixando pelo Emule. Imaginem a emoção!

Apesar de ter assistido alguns filmes de zumbis até aí, meu monstro favorito era o vampiro. Até queria ser um (tenho certeza que vários de vocês também). Mas foi com a trilogia Pânico que descobri o que realmente gostava: serial killers. Daí pra frente me dediquei a assistir apenas filmes como Lenda Urbana, Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado, Ripper... Até mandei fazer a fantasia do Ghostface. Meu passatempo favorito era assustar pessoas que passavam na calçada de casa. Uma vez quase matei uma senhora do coração.

Mas Toy, e os zumbis, caramba?

Madrugada dos Mortos foi um sucesso enorme na época (2004). Assisti no cinema, aluguei várias vezes, comprei, e nessa brincadeira foram mais de 20 vezes. Nem preciso dizer que decorei as falas, né?
Havia uma comunidade no Orkut dedicada ao filme, e um tópico em especial onde os membros postavam breves relatos, como se estivessem mesmo em uma cidade dominada por zumbis rápidos. Cheguei a escrever algumas vezes, e meu personagem começava em um freezer. Já ouviram essa história em algum lugar, né?

O tempo passou, conheci outros filmes, e foi em 28 Days Later – Extermínio que tudo mudou. Era o que eu sempre havia imaginado em uma epidemia zumbi real. Nada de mortos levantando das covas e vagando por aí. Não, isso é muita viagem. Por outro lado, uma infecção desconhecida, algo como uma raiva humana, que deixa as pessoas agressivas e sem noção de certo e errado, isso sim era possível. Bastava a infecção ser contagiosa. Era? Putz, então estava tudo certo.

Em meados de 2008 eu estava namorando e, por conta de imaturidade (de ambos os lados), não deu certo. Fiquei bastante abalado e encontrei na escrita um refúgio onde pudesse esquecer. E não é que funcionou?
Passei a me imaginar em minha cidade dominada por canibais infectados. Sim, pode-se dizer que era um diário fictício. Não houve um motivo exato para que eu tenha escolhido que o personagem seria meu alter ego. Nunca tive a pretensão de que Terra Morta se tornasse um livro, era apenas um hobby. Se eu podia imaginar, então me imaginaria; afinal, saberia exatamente o que o personagem faria nas situações que viriam. Isso o tornaria mais crível. Aliás, Tiago é um dos personagens mais elogiados. Sua construção sólida, seus traços de humanidade, nem somente bom nem somente mau. É exatamente o que todos somos.

Por que Jaboticabal?

Ambientar a história em Jaboticabal era outra regra básica. Digo regra, pois nunca estive fora do Brasil, então não saberia escrever sobre. Ver fotos ou vídeos dos EUA, por exemplo, não seriam grande ajuda, tanto quanto seria morar lá. É aí que muitos pecam, em seguir o típico e escrever sobre, digamos, um policial cercado por zumbis em Nova Iorque. Eu não sou policial e não moro em Nova Iorque. Se Terra Morta tivesse seguido por esse lado, tenho certeza de que não teria alcançado o sucesso que conseguiu. Concordo que é visualmente bacana ler sobre uma cena hollywoodiana, mas é muito mais interessante (pelo menos pra mim) uma cena diferente, original.

De onde veio a ideia de usar parkour?

Na época em que comecei a escrever, treinava parkour com os amigos do meu irmão. Já havia visto na internet sobre grupos de São Paulo (o melhor sendo o Leonard Akira, com quem treino hoje em dia, meu professor e amigo), então fui entender como funcionava esse negócio de ficar pulando por aí. E gostei! Nunca fui fã de esportes, mas o parkour te dá sensação de liberdade, sem regras impostas, sem placar para definir quem é o melhor e pior, sem tempo cronometrado. É apenas seu corpo e a liberdade. Imaginei como seria tecnicamente fácil escapar de zumbis utilizando o parkour, e inseri o esporte na história. Funcionou bem pacas!

Falando sobre o começo do começo

Comecei a postar os capítulos no antigo (nem sei se ainda existe) Recanto das Letras. Os comentários me animaram, e passei a pensar alto. Queria utilizar imagens para representar os capítulos, inserir trilha sonora, toda a arte de um blog, e abandonei o Recanto ao conhecer o Blogger. Passei horas testando cores e tipografias que funcionariam em minha proposta. Não é só jogar o texto na página. É preciso experimentar. Nem todos tem paciência para ler na tela do computador; eu não tenho. Se eu podia ajudá-los a cansar menos a vista, o faria.

Minha melhor ferramenta para divulgação era o moribundo Orkut. O Facebook pode ter dominado (um dia também será vencido por outro), mas tenho verdadeiro respeito pelo Orkut, pois foi lá que consegui muitos de meus leitores – os mais fieis, posso dizer. A comunidade de Terra Morta só fazia crescer, e os tópicos eram diariamente atualizados, sempre com novos infectados aparecendo, dando ideias, palpites, criando teorias. Era muito legal.

Se por um lado as críticas eram construtivas, por outro fizeram com o que eu poderia estar querendo para a história. O rumo talvez tenha seguido por um caminho completamente distinto se eu tivesse escrito Terra Morta inteira sem divulgar (caso pretendesse lançar um livro). Alguns palpites ajudaram; eu estava no caminho certo, afinal. Outros, porém, fizeram com que me perdesse. Ora, eu não era escritor, apenas escrevia bem. Então eu queria surpreender, e acompanhando algumas teorias, decidi levar para um lado oposto, para criar esta surpresa. O que isso resultou? Buracos, pontos difíceis de fechar, algumas incoerências. Com certo rebolado, consegui driblar tais problemas. Não foi fácil, no entanto. Tomei outra decisão: não seguir mais pelos palpites alheios.

Para isso, precisava consertar esses erros. Defini para onde levaria a história, reli tudo e pontuei tudo o que precisava ser corrigido.

A mudança para São Paulo

Quando Terra Morta começou a conquistar mais leitores, talvez tenha sido o auge, me mudei para São Paulo. Foi uma experiência que renderia um post completo, mas pulemos os detalhes. O mais importante é: eu morava em pensões, e estava mais duro que bilau de tarado. Não podia gastar o pouquíssimo que tinha em lan houses, o que acabou deixando o blog com ar de abandono. Sempre que possível eu aparecia e deixava um comunicado, com o intuito de não perder meus leitores, e principalmente para não ser tachado como os vários que começavam uma história e não a terminavam.

Foi nessa época que recebi o convite da editora Draco. Estavam interessados em publicar Terra Morta. Já havia recebido outros convites, mas de editoras que me cobravam para ser publicado. Eu não estava desesperado assim. Terra Morta estava muito bem, obrigado. A proposta da Draco, todavia, era diferente, bem mais interessante, então aceitei. A ressalva era que não poderia mais publicar capítulos no blog; os dez últimos eram exclusividade do livro. Outro problema era a falta de computador, que foi resolvido graças a minha mãe e minha vó, que juntaram força$ e me deram meu primeiro notebook. Na época eu trabalhava no setor financeiro de uma empresa de telemarketing, meio período, então passava as tardes e noites escrevendo. Meu quartinho parecia o do Harry Potter, mas pior. Era escuro, empoeirado, sem mencionar as baratinhas que me faziam companhia. Escrever ajudava em ignorar a fome; era só uma refeição por dia. Dói quando lembro. Talvez seja por isso que hoje como exageradamente. Agora mesmo estou com Farinha Láctea e banana saindo pelas orelhas, ai...

Escrevi tanto, por tantas horas a fio, que minha vista começou a ficar ruim.  As dores de cabeça que me acompanharam pela vida pioraram, e meses depois comecei a usar óculos. É preciso fazer sacrifícios, não é?

O que é o blog e o que é o livro?

Quando escrevia no blog, minha intenção era continuar enquanto tivesse história pra contar. Imaginava Terra Morta como uma série. Precisei abandonar alguns planos e adaptá-los para transportar o blog para as páginas de um livro. Alguns emails trocados com meu editor Erick Sama bastaram para definirmos que seria, então, uma trilogia. Meu desejo era uma série, mas três estavam de bom tamanho... Por enquanto.
Tudo o que escrevi no blog e, após o contrato, no notebook, seria o primeiro livro. Uma bela história, modéstia a parte. Enviei ao meu editor e recebi o porém: era muito grande. O número de páginas que escrevi não seria o mesmo em um livro. Ficaria muito caro, e como eu era um escritor iniciante, não era interessante. Até que entendi esse ponto. A solução foi dividir o primeiro livro em dois. Feito. Defini o fechamento perfeito para o arco, e a parte deixada para o segundo caiu como uma luva, pois era o ponto onde a história mudava em relação a personagens, narrativa e cenário.

"Oba, agora sou um escritor famoso!" Err, não é bem assim...

Lançar um livro não é o mar de rosas que pensam. Você não vai ficar famoso da noite para o dia, nem rico, nem criar um best-seller. Somando o fato de eu não ter pretensões de Terra Morta ser um livro, outros objetivos, e um marketing não tão bom, leva um pouco mais de tempo para alcançar o esperado – quando ele vem. O maior marketing de Terra Morta é o boca-a-boca. É lento, mas funciona.

Minha maior desvantagem é a timidez. À primeira vista posso parecer antipático, mas estou longe disso. Sou tímido mesmo, não confundam. Imagine então ter que comparecer a eventos onde as pessoas vão para te ver. É pra matar! O único evento que fui para promover Terra Morta foi o lançamento, em dezembro de 2011. Depois disso só no último mês, outubro de 2012, convidado pela Saraiva e o The Walking Dead Brasil. Percebi que esse é o segredo: se aproximar do meu público (mesmo que eu tenha que tomar um calmante antes).

Maturidade também é imprescindível. Não ter na cabeça que vai se tornar o Stephen King brasileiro ajuda, e evita que você fique cobrando seu editor caso seu livro não venda o primeiro um milhão de cópias já na primeira semana de lançamento. Porra, ninguém te conhece! É preciso estudar, buscar a melhora, e não sair jogando montes de situações no papel achando que, no final, vai dar samba. Vai sim, dar um samba bem doido onde ninguém saberá sambar. Respirar fundo, manter o foco e os pés no chão. Isso vai te ajudar a não desistir no meio do caminho, nem achar que as coisas acontecerão rápido. Confesso que, no início, exigi coisas que ainda não me eram destinadas. Descobri que somente eu farei meu caminho até o sucesso. A única coisa que cai do céu são os Transformers.

É preciso maturidade também para lidar com seus leitores. Eles estão ali acompanhando sua história porque gostam dela, não há outro motivo. Tratá-las com respeito e atenção é de prache, eu nem precisaria falar sobre isso. Recebo emails e mensagens no Facebook diariamente de leitores, novos e antigos, me parabenizando não somente pelo livro, mas pela humildade. Por que seria diferente? Não entendo porque escritores e sub-celebridades não se dão ao mínimo trabalho de responder mensagens de seus seguidores, se é por causa deles que chegaram onde estão. Já me desapontei com escritores (sim, não é no singular) que sequer responderam com um obrigado minhas mensagens. A única coisa que conseguiram foi com que eu visse defeitos além da revisão de seus livros. Ninguém é melhor por estar em determinado nível. Não vale a pena andar com um rei na barriga. Seja você o rei; não no sentido de poder, de dominar, mas em relação a respeitar, a enxergar todos igualmente.

Cara, fala da gostosa da Daniela

Falando um pouco sobre personagens, cito Daniela, uma verdadeira surpresa. Quando a criei, os leitores mais antigos sabem bem disso, era apenas para matá-la. O “problema” foi quando li os comentários. Todos haviam adorado a garota! “E agora?”, pensei. Podia ter criado um típico estereótipo, que seria devorada e ponto final. Preferi criar uma personagem real; bipolar, mas real. Daniela joga handebol, porque tinha duas amigas que jogavam, e era diferente – pelo menos pra mim. Daniela seria o alívio na solidão de Tiago, algo passageiro para que ele sentisse novamente a sensação de conversar de forma descontraída com alguém em muito tempo. Criar personagens com quem os leitores se importem foi outra lição que aprendi.

Influências

Na época em que comecei o blog, acompanhava LOST. Eu era tarado por aquela série! A ótima sacada dos flashbacks foi algo que quis utilizar em minha história, e não apenas por ser legal. Possibilitava uma profundidade maior na história, na vida dos personagens. Pude mostrar como a epidemia havia começado em Jaboticabal sem precisar seguir uma linearidade chata. É excitante ver um personagem tomando uma decisão aparentemente sem explicação, e depois voltar ao tempo e conhecer os fatos que o levaram a agir daquela maneira. Muito mais interessante mostrar suas lembranças do que apenas fazê-los contarem. Nem todo segredo deve ser compartilhado, mas muitos precisam ser de conhecimento do leitor.

O Homem da Máscara de Ferro (ou o Tyrant brazuca, como preferir)

Ao receber o arquivo para uma última e rápida revisão, de repente me senti insatisfeito com o desfecho. Estava no blog, na versão online, mas precisava ter algo novo. Como o primeiro volume deixaria uma porrada de perguntas no ar, decidi que era preciso responder uma delas, pelo menos. No blog, os leitores discutiam sobre quem estaria naquela foto encontrada na LAQUARTZ. Tiago a olhava constantemente, confuso, mas o que estava na imagem nunca foi revelado ao público. O capítulo “O Homem da Máscara de Ferro”, exclusivo do livro, responderia a essa pergunta. Concordo que, à primeira vista, ficou Resident Evil demais, esteticamente falando, mas a explicação existe. Não existe mutação, nem nada fantasioso demais. Esperem os próximos livros e entenderão.

Nasceu! É um menino! \o/

Arquivo entregue, me restou esperar o processo de diagramação. Ô, vida! Imaginem a ansiedade da criatura aqui esperando para ver sua cria. Estava morrendo de medo pelo que viria. Confiava em meu editor, claro, mas nessa espera passei a buscar sites de editoras tão pequenas quanto a Draco. Poucas arrasavam na diagramação, na capa; as outras, dava azia só de ver. Pedia a deus “Não deixe que ele crie uma capa tosca, por favor”. E fui atendido. Quando vi a capa pela primeira vez, sugeri alguns ajustes no contraste e no logo do título; em seguida, recebi a capa final. Meus olhos brilharam! Era exatamente o que eu esperava. Era a essência de Terra Morta. Minha surpresa maior foi quando folheei as páginas, e descobri que os flashbacks eram “nublados”, em um estilo meio grunge. Só vendo pra saber do que falo. Ficou sensacional!


Espero que, com o pequeno texto acima, fique mais fácil para que os novos leitores descubram como começou essa despretensiosa história que está infectando novas vítimas todos os dias. E vai infectar muitas mais, tenho certeza.

Enquanto isso, vou voltar à revisão do segundo livro.

5 mordidas:

nadson disse...

Legal cara quando vai botar o primeiro livro online pra baixar mesmo que pra tenha que pagar pq moro em salvador em aguas claras nao vai vir nunca gostei muito das historias online e acho que o tiago ta afim da dani ele ta comencando a fica mas preocupado nao do sentido amigo dela mas sim de outra coisa valeu ai

7 de novembro de 2012 às 20:48
Anônimo disse...

Quando é que o senhor vai botar o resto da historia, por que eu estou a flor da pele e preciso imediatamente do resto da historia. Enquanto ao livro ,será que n escariz da para comprar?

21 de novembro de 2012 às 17:12
Anônimo disse...

Nadson, na boa. Tenho o livro e moro em salvador. Encomenda pela livraria cultura ou pega com tiago (com dedicatoria). O historia é show.

22 de novembro de 2012 às 04:27
Anônimo disse...

Escariz n vende o livro n, tem uma lista nesse site que tem as lojas que vende, mas eu sei que na saraiva vende

3 de dezembro de 2012 às 22:56
Anônimo disse...

seus personagens são incríveis como sua história envolvente e eletrizante. amei voce colocar um amante da j-music no livro, coisa que nunca vi em lugar nenhum foi sensacional!!!.

espero anciosamente o segundo.... será que vai demorar quando será o lançamento?

27 de dezembro de 2012 às 19:04

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